O sono da feijoada

Se tivermos dois times de futebol em campo, um que não saiba propor um jogo de ataque e outro que abdique de atacar, veremos o que? Se o leitor disser empate, acertará a metade. Teremos, também, um jogo murrinha, chato e sem graça. O famoso jogo não-quero-e-não-gosto-de-jogar-futebol. E fazendo beicinho e batendo o pezinho.

Sim, quando a gente considera que numa partida de futebol o objetivo é fazer gol para vencer o jogo, e os dois times em campo não se dediquem a isto, teremos uma partida sofrível. Pois foi o que (não!) fizeram Avaí e Ponte Preta nesta tarde/noite friazinha de domingo, na Ressacada. Não jogaram bola. Houve algumas ameças, um ataquezinho aqui ou ali, uma jogadinha meia-boca, mas no geral foi uma sonolência detestável para quem joga numa Série A de campeonato brasileiro.

Depois do bônus de vantagem dado ao técnico Claudinei Oliveira pelo goleiro Douglas, na partida vitoriosa contra o Botafogo (sim, o técnico do Avaí seria demitido naquele jogo), imaginava-se que, agora em casa, a boa fase invicta de um jogo seria aproveitada e o treinador botaria o time para jogar bola, ao invés daquele joguinho cerca-lourenço que ele costuma fazer.

Que nada!

O Avaí entrou em campo, jogando em casa, com a “quase” obrigação de vencer um adversário direto na luta pelo rebaixamento, sem muita força e poder de decisão e caindo na esperteza da Ponte Preta, que também não queria jogar.

Alguns jogadores, que antes renderam alguma coisa, deixaram-se cair na marcação eficiente do adversário, mantendo-se travados o tempo inteiro. Foi um jogo sonolento e indigesto, bem ao estilo de quem come uma feijoada pesada.

De concreto, sabe-se que o time tem um meio de zaga sólido, um goleiro de primeira linha, e um ataque que até pode render alguma coisa lá nas próximas rodadas. O restante ainda deve bastante e, a se manter assim, nos mandará para a Série B mais rápido do que se imaginava.

As viúvas de ex-jogadores, sem dúvida, vão se deliciar com isto.

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