O personagem do acesso

O Avaí voltou à série A no estilo que lhe compete, como clube aguerrido e contornando as coisas mais improváveis de sua história. Os jogadores vão e vem, os dirigentes passam, até a torcida se modifica, mas o clube guarda suas glórias para a eternidade. Entretanto, os personagens constroem sua história, isso é inegável. E somente serão eternos quando entenderem que sua história deve ser menor que a do clube, quando fazem parte do todo e não uma parte superior.

Tenho broncas com Marquinhos Santos, quem me conhece sabe disso. Aliás, tenho broncas com quem gosta de aparecer, de querer ser maior que o coletivo. Todavia, não há como não reconhecer a força que este jogador possui e o que ele faz para trazer o Avaí ao melhor lugar possível. Já o elogiei por demais nesse espaço e só me permito ao carinho se eu puder também criticá-lo. É um bom jogador, isso não é preciso provar, é dinâmico ao chamar o jogo para si e tem o carisma necessário para ser líder. E quando resolve ser decisivo não há outro em Santa Catarina melhor, estando qualquer um há quilômetros de distância da personalidade dele.

O Avaí precisou muito de Marquinhos Santos nestas duas últimas temporadas. Desde os tempos em que eu ia ao Adolfo Konder, lá, quando guri, quando aprendi a torcer para este clube, não lembro de outro jogador que carregasse tanta responsabilidade assim como agora. Todavia, há senões, mas que devem ser guardados e se aproveitar o momento de festa.

Diferente de candidatos a Chaves e Chapolin Colorado (depois que ele morreu tem uma fila querendo tomar-lhe o lugar) não guardo rancores por causa dessa ou daquela figura. De um ou outro desafeto que queira ser mais realista do que o rei. Como fazem alguns, que até hoje querem que o ex-presidente Zunino se estrepe. Não, não alimento estes ódios, isso me faz mal. Sei reconhecer quem faz bem ao Avaí.

Muita gente ainda não sabe o passo que demos com este acesso. E poucos tem a noção do que aconteceu. Mas é indiscutível que Marquinhos Santos fez parte disso, em todos os sentidos. Quero que ele seja o melhor sempre, porque o clube também será.

Diferente do que ocorreu em 2008, este acesso do Avaí para a série A de 2015 foi pedagógico. Nos deu lições e nos ajudou a refletir sobre nossas capacidades. E que os personagens envolvidos, como Marquinhos Santos, saibam exatamente a dimensão do que aconteceu, de sua participação e do que ainda pode fazer, para o bem da história do Avaí Futebol Clube.

Um brinde ao capitão!

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