A pobreza nada bonitinha de nossos estádios

A blogueira Carmen, em seu blog (http://omeuavai.blogspot.com), foi corajosamente assistir ao jogo do Avaí, em Brusque, e expôs o que já há muito tempo se sabe, a pauperização do campeonato catarinense, exemplificada no que é o estádio Augusto Bauer.

Por várias vezes exponho neste blog as condições em que disputamos este campeonato. Algumas pessoas dizem que vivo a ver OVNIs, que reivindico a autoridade por uma teoria da conspiração, ou que desvio responsabilidades. Não, não mediocrizo o debate. Ao invés de ficar observando golinha de camisa ou apontando a avaianidade de cada um por haver críticas às críticas avacalhadoras, eu analiso o macro, o grande conjunto.

Por que será, então, que no conjunto do futebol nacional, o catarinense é um dos mais pobres? Alguém poderia argumentar que no Acre, no Pará, em Rondônia, no Mato Grosso ou em Goiás também há uma pobreza tanto de qualidade quanto de espetáculo no âmbito do futebol. Porém, analisem-se as regiões citadas e a nossa.

Estamos na região Sul, cuja qualidade de vida é superior a muitos países europeus. A produção econômica de nosso Estado é a 8ª. em arrecadação em todo o pais. Temos uma escolaridade superior a muitos centros nacionais, com índice de analfabetismo em torno de 4,4%. O índice de desenvolvimento humano por aqui é elevado, sendo o segundo do Brasil. Ou seja, somos um Estado relativamente rico e desenvolvido. Qual a razão, então, de nosso futebol ser pobre? De disputarmos jogos em estádios sem as mínimas condições de segurança, higiene e prática de futebol profissional? Os habitantes daqui na gostam de esporte, de futebol?

Ora, a resposta está em Camboriu, na sede da Federação Catarinense de Futebol. É ali, naquele estabelecimento, que reside a razão de nossas mazelas. A FCF é fraca, omissa, não atua em prol de nossos clubes e vive de favores caprichosos das ligas interioranas para obter algum prestígio. Ao invés de se buscar qualificar nosso futebol, ali se faz política das mais chinfrins e rasteiras que se conhece.

A cada início de temporada, por exemplo, fiscais da Federação, juntamente com bombeiros e funcionários das prefeituras avaliam as condições dos estádios. A pergunta que fica no ar é: quem decide que praças de esportes como a de Brusque, Itajaí, e outras sejam aprovadas para a prática de futebol profissional, no país mais vezes campeão do mundo? Com toda a certeza a decisão não é de caráter técnico, pois se fosse não observaríamos barbaridades que as apontadas pela Carmen lá no Augusto Bauer.

Passamos da hora de mudar este quadro. Há que se fazer futebol com dignidade e qualidade. Meu discurso não é o da elitização do esporte, de dar acesso apenas a quem tem alto poder aquisitivo, mas mostrar respeito aos atletas que disputam jogos em campos esburacados e aos torcedores que estão sujeitos aos mais diversos acidentes por falha na manutenção dos estádios. Um pouquinho só de civilidade ajuda a mudar esse quadro. Hoje, está-se submetido à sorte, à falta de respeito. Enquanto essa diretoria da FCF tratar futebol como moeda de troca a interesses mesquinhos, a situação só tenderá a se agravar.

Ah, mas por que estou me incomodando com isso, né? Estou desviando o foco de uma provável má campanha do Avaí, né mermo? Já arrumei desculpas. Pois é.

5 comentários sobre “A pobreza nada bonitinha de nossos estádios

  1. Muito deprimente o que se encontra naquele estádio. Não tem a minima condição de estar participando de um Campeonato. é preciso sim que a Federação olhasse para isso, desse mais atenção, mas prá que? Ali o dindin não corre solto não é mesmo?

    Uma vergonha!

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  2. Aguiar, ontem começou o campeonato Catarinense. A uma pequena amostra foi feita em Brusque quando o arbitro deixou o camisa 3 Brusquense baixar o sarrafo. Sorte que nenhum jogador azurra saiu contundido. O jogo de ontem mostrou como se fabrica um campeão e um artilheiro. Uma vergonha mundial!

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